domingo, 22 de junho de 2008

Sal grosso...

Sábado, São João comendo no centro e a gente perdido por Salvador. O que fazer? Bar! cada um mais vazio do que o outro. Pararam em um. Cerveja quente. O gerente não fez a mínima questão de ser simpático. "Todos estão reclamando" "E você não vai tomar nenhuma providência?" "Mas você não é a primeira nem a segunda pessoa que reclama da cerveja, chame o garçon e diga para ele colocar álcool com sal grosso" "Eu?". Minutos depois o garçon vem recolhe o balde da cerveja e traz um outro super gelado.

Ok... até ai tudo bem. Papos sobre namoro, casamento. "Eu prezo a individualidade, não sei se conseguiria viver sobre o mesmo teto com outra pessoa. casar? viver junto? acho que não dá. Imagine acordar e olharem pra minha cara amassada? e o mal-humor? se eu já não me aguento naqueles dias de hiper-mal-humor imagine aguentar outra pessoa? e se coincidir? ai vai ser pior que a guerra do Iraque". "Também não é assim, não é com qualquer pessoa, é aquela que você escolheu para viver 'pra sempre'. Tem uma química, uma afinidade entre vocês". "não mesmo!" Esse papo continuou com os outros dois da mesa enquanto o terceiro praticava o Nadismo. Ou seja, desligou-se completamente do mundo por alguns minutos.

Sairam dali. Passaram numa Temakeria e seguiram para outro bar. Até ai tudo bem. Quando chegaram, os olhares estatalados em cima de sua pessoa, as vezes isso incomoda bastante, mas deixou pra lá. Subiram para uma mesa. No primeiro andar tudo ia bem, algumas pessoas também sentaram ali perto. Estava tudo bem até ai. Mas, o mal estar começou. Uma dor de cabeça, no corpo, uma moleza. Dor nas costas, na perna, um sono...

Pode parecer pilha para uns, outros podem acreditar, mas tem gente que absorve com facilidade as 'energias negativas' do ambiente, e ele era uma dessas pessoas. Ele não sabia de onde vinha. Mas se sentia incomodado com a presença daquelas pessoas na mesa ao lado e em frente a sua. Elas não paravam de olhar. "que o universo devolva a você 7x77x tudo aquilo que me desejar", pensou.

E por causa desse mal estar começaram a falar de casos espirituais. Eram um tal de ver e sentir a presença de espíritos. Histórias e histórias. relatos. "Eu tenho curiosidade em dormir e meu espírito sair do meu corpo e eu me ver dormindo" "já me aconteceu isso" "já tive uma premunição uma vez..." "lembra de Fulano? Ele morreu num acidente, em 2003/2004, naquela rua que passamos hoje, e quando eu tava voltando da aula, a noite, eu o vi entrando no prédio dele. E quando vi o orkut dele, ele tinha morrido já fazia uma semana. Mas ele estava ali na minha frente super bem, demorei para acreditar" O papo tava bom. Aqueles das mesas próximas foram embora. O mal estar estava passando. Uma oração. Sinais de melhoras... Depois do bar resolveram molhar os pés no mar. Nada como uns minutinhos ali na areia, aquele silêncio, as ondas do mar indo e vindo. Limpar as energias. Pedir a bênção de Yemanjá. Com certeza, sairam dali renovados.

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